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Inflação, juros e eleição, por Murillo de Aragão

A crítica de forte intervenção do governo no Banco Central é constante. Por esse motivo, acreditava-se que dificilmente a Selic chegaria novamente a dois dígitos. A avaliação era de que essa era uma bandeira eleitoral importante para a presidente Dilma Rousseff. Surpreendendo o mercado, que esperava inicialmente uma alta de 0,25%, o BC aumentou os juros de 10% para 10,5%. A sétima alta consecutiva.
Agora, começa a circular na imprensa a notícia de que assessores próximos da presidente acham que haverá apenas mais uma alta nos juros, em fevereiro, possivelmente para 10,75%. O fato é que, entre inflação e juros, a presidente Dilma prefere aumentar os juros. Permitir que a inflação suba só traz desgastes para o governo. Afeta a credibilidade dos agentes econômicos, diminui o poder de compra dos salários e dá discurso para a oposição.
Além disso, apesar de o BC ter aumentado os juros sistematicamente, a aprovação à política de juros do governo melhorou de acordo com a última pesquisa Ibope (23 a 2 de dezembro de 2013). De acordo com o levantamento, a taxa de juros era desaprovada por 65% e aprovada por 28%. Em relação a setembro, a desaprovação caiu seis pontos (65% para 71%), enquanto a aprovação cresceu cinco (23% para 28%).
Obviamente o governo tentará usar outros remédios para evitar uma elevação alta demais dos juros. Mas se isso for necessário, será feito. Tudo dependerá do comportamento e da intensidade da inflação.
é certo que, nos bastidores, a equipe econômica tem sofrido desgaste na relação com a presidente Dilma. Guido Mantega se desgastou durante o resultado do PIB e, depois, com o fato de a Caixa ter se apropriado indevidamente dos recursos de poupadores. Alexandre Tombini também não ficou bem na foto, ao errar na previsão de que a inflação de 2013 (5,91%) ficaria abaixo da de 2012 (5,84%).