A demanda das famílias não é o principal fator determinante do aumento de preços no Brasil, e, por isso, pontos de impulsão da economia brasileira em 2012, como a forte elevação do salário mínimo, não preocupam o governo, afirmou ontem o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa. De acordo com Barbosa, a inflação mais salgada registrada em 2011 foi resultado da combinação entre choques de preços e inércia inflacionária (indexação de contratos a índices de preços). Sem choques, o índice nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) será muito inferior neste ano – mais de 1,5 ponto percentual inferior aos 6,5% registrados em 2011, avalia. Barbosa participou ontem do seminário internacional Laporde, na Fundação Getulio Vargas (FGV-SP), promovido em conjunto com a Universidade de Cambridge (Inglaterra). O secretário apresentou um modelo flexível da curva de Phillips para explicar a dinâmica da inflação nos Estados Unidos e no Brasil. Segundo Barbosa, os preços nos EUA são influenciados principalmente pelos choques nos preços do petróleo e pelo ritmo da demanda, enquanto no Brasil a variação do IPCA é resultado, especialmente, da taxa de câmbio real e da inércia inflacionária. (Valor Econômico)