Cansado de ser indagado sobre o prazo cada vez mais curto que o PT tem para resolver os problemas internos e mostrar aos aliados que está unido em torno da reeleição do prefeito João da Costa, o presidente do partido no Recife, Oscar Paes Barreto, admitiu ontem que as conversas dentro e fora da agremiação acontecerão até junho, prazo fixado pela legislação para a realização das convenções partidárias que homologam as candidaturas. Oscar deixou claro que quem aposta em uma decisão em março ou abril está apenas tentando "despistar", e lembrou que, historicamente, as candidaturas são referendadas no último instante, quando todas as negociações se esgotam e os acordos são firmados. "O nosso tempo é o da política. As conversas rolam até a convenção. Sempre foi assim", lembrou Oscar, referindo-se a outros pleitos. Curiosamente, o dirigente do PT, que é o maior defensor do projeto de João da Costa e hoje é auxiliar de Eduardo Campos (PSB), utilizou uma expressão amplamente dita pelo governador quando indagado sobre as indefinições da Frente Popular no Recife. Oscar reconhece que a palavra final sobre a capital é de Eduardo, e que a homologação do projeto do PT passa, necessariamente, pela avaliação do ex-presidente Lula. Mesmo em tratamento contra um câncer, Lula tem trocado ideias com Eduardo. Os dois, inclusive, tinham agendado uma reunião para o início de março. (Jornal do Commercio)