Com a alta mais forte dos índices de preços, os aumentos reais de salários neste ano estão mais modestos do que em 2010, quando não raro chegaram a superar a inflação em 3%. Esses reajustes reais menores, porém, tendem representar um ganho mais expressivo nos 12 meses à frente, quando a inflação deverá perder fôlego, como aponta o economista-chefe da corretora Convenção, Fernando Montero. "Paradoxalmente, salários corrigidos pela inflação passada, mesmo sem nenhuma correção real, podem ter ganhos maiores nos 12 meses seguintes do que no ano passado", afirma Montero. Com isso, o rendimento do trabalho continuará a ser um impulso significativo para a demanda. (Valor Econômico)