A aposentadoria precoce de José Chacfe não o livrou de uma dura rotina. Com apenas um salário mínimo pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o mineiro de Rubim, a 760km de Belo Horizonte, viveu sobressaltos depois de encerrar a carreira de supervisor de vendas precocemente, há 19 anos. Como a renda minguou, ele se viu às voltas com dificuldades para honrar compromissos e manter a família. Mas não se conformou. Determinado, aproveitou a experiência profissional e, com produtos hidráulicos e elétricos no carro, foi para as ruas bater às portas de madeireiras e lojas de construção em Taguatinga. Após um cotidiano de acordar cedo e carregar caixas, a maior vitória veio há quatro meses, quando se formalizou como empreendedor individual. Na idade em que o mais comum é querer descansar, José se uniu aos 3 milhões de idosos brasileiros que possuem negócios próprios, segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). "Quero trabalhar sossegado, pagar meus impostos e não dever nada a ninguém", diz o empreendedor, de 73 anos. Na maioria dos casos, os que ultrapassam a barreira dos 60 anos voltam à labuta para complementar o benefício previdenciário, cujo teto é de R$ 3,9 mil. (Correioweb.com)