O empresário Eberty Salles pagou ontem R$ 2 por uma garrafa de água mineral de meio litro. Quase a metade deste valor (44,55%, o correspondente a R$ 0,89) foi desembolsado em impostos. "Fiquei assustado ao calcular o percentual que vai parar nos caixas dos governos." Ele tem razão de se indignar: os tributos cobrados pelas três esferas – União, estados e prefeituras – pesam tanto no bolso do contribuinte, travando o consumo, quanto no dos setores produtivos, freando a geração de empregos. A crítica à alta carga tributária no país (veja quadro) será lembrada em 18 capitais brasileiras hoje, no Dia da Liberdade de Impostos. A data simboliza o dia do ano em que o contribuinte começará a trabalhar para si próprio, pois, segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), o cidadão, em 2012, trabalhou cinco meses somente para pagar tributos (impostos, taxas, contribuições etc). Em Belo Horizonte, dezenas de comerciantes vão vender mercadorias sem aplicar os impostos para alertar a população sobre o apetite tributário do poder público. O impostômetro, equipamento criado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) para medir o quanto o brasileiro paga em tributos a cada ano, deve atingir ainda hoje a marca dos R$ 600 bilhões – o equipamento foi zerado em 1º de janeiro. (Estado de Minas)