A principal curiosidade da imprensa estrangeira nestes três dias que antecedem a Copa é: e se a greve não acabar até o dia de Brasil X Croácia? O Ministério do Esporte responde que, além de um plano de emergência, mantido obviamente sob sigilo, os movimentos grevistas e as manifestações estão sendo consideradas pela opinião pública como “chantagem da Copa”, ponto de vista compartilhado pela mídia. O comportamento dos meios de comunicação em favor da lei e da ordem termina por influir na reação das autoridades sobre como lidar com o fenômeno. Assim, o apoio da sociedade e da imprensa, grande sócia dos eventos esportivos globais, à Copa deve gerar um ambiente desfavorável às manifestações.
Haverá crescente intolerância com manifestantes e apoio a uma repressão dura, embora não arbitrária, a protestos que atrapalhem os jogos. Há consenso de que cabe ao governo neste momento excepcional mostrar autoridade e respeito ao estado de direito. Essa foi a linha adotada pelo governo de São Paulo, que a partir do momento em que o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) considerou a greve abusiva demitiu 42 ativistas, acusados de incitamento à violência, e endureceu as negociações com o Sindicato dos Metroviários. Diante dessa reação, os grevistas suspenderam a paralisação por 24 horas.