O debate em torno da reforma do Código Florestal pode tornar-se um problema político com vetor nacional e internacional e cair no colo da presidente Dilma Rousseff às vésperas de um ano eleitoral e da Rio+20, a conferência ambiental das Nações Unidas que o Brasil irá sediar em junho. A saída da presidente, na visão do Greenpeace, pode ser dividir a solução do problema: resolver, de imediato, demandas da agricultura familiar e deixar o caso do agronegócio para discussão mais aprofundada, com mais tempo e mais estudos científicos. Nesta linha, o governo daria uma resposta à sociedade, atuando onde há consenso: resolver os gargalos dos pequenos produtores. O Executivo poderia atender as demandas da agricultura familiar concedendo mais crédito e dando tratamento diferenciado aos pequenos produtores. Permitiria a eles, por exemplo, a recomposição de áreas de preservação permanente com árvores frutíferas, o que poderia significar alternativa de renda. "O governo resolveria 75% do problema", disse Paulo Adario, coordenador da campanha Amazônia, falando ontem em seminário sobre o Código Florestal no Memorial Darcy Ribeiro, em Brasília. (Valor Econômico)