O novo diretor-geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva, disse ontem que pretende começar "uma nova era" na agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para "acabar com a fome no mundo", mas admitiu que sua vitória retrata a divisão entre os países da agência. Não bastasse essa dificuldade, o ex-ministro terá um orçamento inferior ao que dispunha quando coordenou o programa Fome Zero no governo Luiz Inácio Lula da Silva. Graziano é o primeiro latino-americano a ocupar o cargo. Ele foi eleito no domingo, superando o espanhol Miguel ángel Moratinos por 92 votos a 88. Em entrevista ontem, em Roma, o brasileiro se mostrou otimista. "Temos de dar início a uma nova era na organização. é possível erradicar a fome no mundo", afirmou Graziano. "Foi uma eleição difícil, quase um empate. Sei que houve divisão entre os países do norte e os do sul, mas isso não significa que os países desenvolvidos estejam contra."(O Estado de S.Paulo)