O governo poderá estender ao setor de tecidos e confecções a elevação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para importados, como fez com automóveis. O alvo da medida de novo é a China, que vem inundando o mercado brasileiro com seus têxteis baratos e prejudicando a indústria nacional. Segundo técnicos da equipe econômica, o uso do IPI para proteger o mercado doméstico deu resultados no setor automotivo e, além dos têxteis, pode se estender a qualquer segmento afetado pela crise global e pela guerra cambial. Os técnicos reconhecem que a alta do IPI de veículos importados foi uma medida polêmica e contestada por outros países. Integrantes da Organização Mundial do Comércio (OMC), como Austrália, Coreia do Sul, Colômbia e Estados Unidos, além da União Europeia, chegaram a pedir à delegação brasileira explicações sobre a medida, que visou a proteger a indústria nacional da competição dos importados mais baratos. Mas o entendimento é que o mundo está adotando medidas para fechar seus mercados, e o Brasil não pode se tornar refém nesse cenário. A indústria têxtil brasileira foi uma das prejudicadas com a crise e a alta do real. Só em 2011 as importações de têxteis subiram 53% sobre o ano anterior, atingindo US$ 1,973 bilhão. (O Globo)