Eduardo Cunha, principal articulador do Blocão
A disputa pela presidência da Câmara dos Deputados em fevereiro de 2015 já teve início. De olho na cadeira de presidente, nas demais vagas da Mesa Diretora e nas comissões permanentes, os partidos estão envoltos em pesadas articulações.
O PMDB, capitaneado pela pretensão do líder da bancada, Eduardo Cunha (RJ), o PT, por ser a maior bancada, e a oposição, que pretende marcar posição, entraram no páreo. Todos precisam fazer composições, pois só vence a disputa quem alcançar, no mínimo, 257 votos, maioria da composição da Casa.
O movimento mais explícito até então foi do PMDB. Com o objetivo de pavimentar sua candidatura, Eduardo Cunha busca reeditar o chamado “Blocão”, que além do PMDB engloba PR, PTB, PSC e Solidariedade. A união desses partidos, que soma 152 deputados, além de dar sustentação à candidatura de Cunha também confere o status de maior bloco parlamentar da Câmara, o que oferece maior força política e a conquista de mais postos de comando.
O PT, que ainda não escolheu seu candidato, espera contar com o apoio dos demais partidos da base (PSD/PP/PROS/PDT/PCdoB/PRB), o que renderia um total 204 votos. Para garantir os votos necessários, o partido joga com a reforma ministerial para a formação do segundo governo Dilma.
O bloco oposicionista, composto por PSDB, DEM e PPS perfaz um total de 86 deputados. Mas pode ser engordado com os 36 deputados do PSB.
Os oito votos do PV, que se intitula independente, são cobiçados por todos os concorrentes. Da mesma maneira, os chamados nanicos também estão na mira. Esse contingente soma 24 integrantes.
No balanço do momento, a disputa se encontra polarizada entre as candidaturas de Eduardo Cunha e a do PT. As dissidências serão decisivas para a vitória de um ou de outro. Se o líder peemedebista conseguir atrair a oposição, sob o argumento de que sua candidatura apresenta mais condições de derrotar o governo, terá grandes chances de vencer. Pelo lado do PT, as chances também aumentam substancialmente com o peso do Palácio do Planalto, que pode assegurar a fidelidade dos demais aliados e a cooptação de partidos que apoiam Cunha.