Matéria do Correio afirma que na votação do reajuste do salário mínimo, marcada para a noite de quarta-feira, o governo federal já afirmou que o debate pode até existir, mas eventuais traições serão imperdoáveis. A presidente Dilma Rousseff tem tratado como questão de honra a aprovação na Câmara dos Deputados, sem sustos, do piso de R$ 545. A demonstração de força contra insurgentes inclui pressões sobre as nomeações do segundo escalão, liberação de emendas e até ameaças de expulsões partidárias. Os recados foram passados por diversos interlocutores do Planalto no Congresso. Em início de governo, não há espaço para motins, sob pena de o "traidor" comprar bilhete apenas de ida para os campos oposicionistas. A intensidade da pressão que o governo federal exerce na primeira votação de impacto do governo Dilma no Congresso busca confirmar um plano traçado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, antes das eleições do ano passado. Lula sacrificou aliados e o próprio partido em pleitos estaduais para configurar ampla maioria no Senado e na Câmara. Com o peso da caneta à mão e o vasto apoio de parlamentares alinhados às intenções do Planalto, a sucessora de Lula não deve enfrentar problemas.