O peso da mão do governo na definição da próxima Mesa Diretora da Câmara será sentido a partir de segunda-feira. Um dos retratos mais fidedignos da obediência que o novo Congresso ensaia oferecer ao Executivo deve ser o isolamento do atual líder do PR, Sandro Mabel (GO). único a resistir às ordens palacianas de abortar as candidaturas dos oponentes de Marco Maia (PT-RS) à Presidência da Casa, o parlamentar terá de enfrentar uma guerra interna com seu partido, foi inviabilizado como líder da legenda e agora enfrenta o temor dos colegas de serem listados como apoiadores de uma candidatura alternativa à imposição palaciana. O isolamento imposto a Mabel começou dentro do seu partido, com as ameaças de que poderia ser expulso por descumprir orientações da direção nacional e insistir em ser candidato. "Não tenho medo de represálias. Outras legendas já me convidaram, caso eu seja mesmo expulso. Insisti porque não estou fazendo nada errado. Quero apenas evitar que a eleição da Mesa Diretora seja um ato simbólico para nomear um candidato escolhido pelo Executivo", diz o parlamentar.