O governo decidiu ontem que serão punidos os cerca de 100 militares que assinaram novo manifesto reafirmando a validade do texto que criticava a presidente Dilma Rousseff por não reagir às declarações de duas ministras sobre a ditadura. A nota ataca ainda o ministro da Defesa, Celso Amorim, a quem os subordinados afirmam não reconhecer "qualquer tipo de autoridade ou legitimidade". A irritação da presidente Dilma Rousseff atingiu o ápice com a publicação do manifesto. Ela acionou Amorim que, na manhã de ontem, convocou os comandantes das Forças Armadas para tratar o tema. Por telefone, o ministro da Defesa conversou com os chefes da Aeronáutica e da Marinha, e teve um encontro com o comandante do Exército, general Enzo Martins Peri. Ficou acertado que cada corporação irá punir os militares de acordo com os regimentos internos de cada uma. A reprimenda pode ir de uma simples advertência até uma expulsão. No texto publicado ontem, intitulado Eles que venham. Por aqui não passarão!, os militares da reserva afirmam que o Clube Militar "não se intimidará e continuará atento e vigilante". A nota reforça críticas à Comissão da Verdade, alegando que sua criação é um "ato inconsequente de revanchismo explícito e de afronta à Lei da Anistia". (Correio Braziliense)