Lançado este ano, o volume I da trilogia Getúlio Vargas de Lira Neto é mais um livro essecial na bibliografia de quem deseja entender o Brasil.
Além de ser uma biografia de Vargas, o livro traz detalhes impressionantes da política nacional e das características marcantes de figuras da época.
Boris Fausto, em seu comentário de cnontra-capa no livro, diz que Vargas preferia ser interpretado a se explicar. Lira Neto conseguiu ir muito longe na tarefa de interpretar Vargas.
O ponto alto do livro está na fase inicial da carreira de Vargas, quando toda a sua habilidade é mostrada para construir sua carreira. Com apenas um mandato de deputado gfederal chega ao ministério da Fazenda do governo que irai depor mais adiante.
Suas atitudes como governador do Rio Grande do Sul indicam um político que estava muito a frente de seu tempo. Caminhava pela rua, entrava em livrarias e fumava descontraídamente seu charuto. Conversava como um simples mortal.
Na campanha eleitoral contra Julio Prestes, quando parecia não querer ser eleito, e nas hesitações quando do início do movimento revolucionário que o levou ao poder, Vargas mostrava um outro lado menos glamoroso e heróico.
O livro vai além de interpretar e informar sobre a carreira inicial de Vargas. Lira Neto é feliz ao escolher duas imagens emblemáticas no início da leitura e que capturam o leitor: o capítulo inicial sobre a visita do italiano Italo Balbo ao Brasil e a divertida passagem sobre o umbuzeiro.
Certos livros são obrigatórios pelas informações que trazem. Outros livros são essenciais pelo prazer que a leitura desperta. O volume I da trilogia de Vargas atende aos dois aspectos.