As despesas de anos anteriores não pagas pelo governo chegaram a R$ 85,543 bilhões. O valor foi divulgado em edição extra do Diário Oficial da União, no mesmo decreto que detalha o corte de R$ 55 bilhões nos gastos deste ano. Classificado no jargão orçamentário como "restos a pagar", o montante se refere a gastos previstos em Orçamentos de anos anteriores, e que, embora autorizados pelo Executivo, não foram pagos. O mecanismo permite que despesas contratadas em um ano possam ser pagas pelo Orçamento dos anos subsequentes. Do total de restos a pagar, R$ 7,554 bilhões já estão processados: o serviço, obra ou compra foi concretizada, mas não foi pago. Outros R$ 77,998 bilhões não estão processados, ou seja, foi feito apenas o empenho (reserva), ou seja, autorização para o gasto, mas o serviço ainda não foi feito nem pago. Ainda que os valores não tenham relação com R$ 55 bilhões congelados, não há garantia que o governo vá gastar tudo isso em 2012. Eles podem acumular novamente para o ano que vem. Os ministérios com mais restos a pagar processados (com serviços já executados) são Saúde, com R$ 1,4 bilhão; Educação, com R$ 1 bilhão; e Ciência e Tecnologia, com R$ 650 milhões. As pastas com mais restos a pagar não processados (serviços não executados) são Saúde, com R$ 8,7 bilhão; Educação, com R$ 7,3 bilhão; e Defesa, com R$ 4,5 bilhões. (G1)