Dificilmente as CPIs da Petrobras começarão a funcionar esta semana, consequência da “operação padrão” comandada pelo governo para obrigar a mídia a esquecer o assunto. O êxito do Planalto, entretanto, será parcial, pois na quarta e quinta-feira, dois importantes personagens da história vão depor na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados – Guido Mantega, ministro da Fazenda, e José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras. A pauta é a mesma: a compra da refinaria de Pasadena (EUA), com prejuízo superior a 500 milhões de dólares à empresa.
Segundo a presidente Dilma, a direção executiva da Petrobras omitiu do Conselho de Administração, presidido por ela, duas cláusulas do contrato com a empresa belga Astra Oil, consideradas prejudiciais. A presidente disse que aprovou negócio com base num parecer falho juridicamente. Gabrielli respondeu que as cláusulas não tinham importância, e sim a compatibilidade tecnológica da decisão. “Eu sou responsável. Eu era o presidente da empresa (na época do contrato). Não posso fugir da minha responsabilidade, do mesmo jeito que a presidente Dilma não pode fugir da responsabilidade dela, que era presidente do conselho”, afirmou o ex-presidente da Petrobras, esticando a corda desse incômodo cabo de guerra.