Preocupado em acabar com os temores de consumidores, de empresários e do mercado financeiro de que os preços entrem em uma espiral de elevação descontrolada, o governo afinou o discurso e deu novas demonstrações, ontem, de que está com todas as armas apontadas para a inflação. Na primeira reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) de sua gestão, a presidente Dilma Rousseff deixou claro que essa é a principal preocupação do momento. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, reforçaram o coro entoado pela chefe do Executivo, que afirmou estar "diuturnamente e noturnamente" atenta ao tema. Confiante, Dilma disse acreditar que as medidas adotadas pela Fazenda e pelo BC, como a alta da taxa básica de juros (Selic) e a adoção de alternativas macroprudenciais, ainda não tiveram resultados efetivos, mas causarão um impacto no futuro. "Tenho um compromisso e assumi desde o primeiro momento, no meu discurso de posse, e ao longo da minha campanha: o controle da inflação. Sem ele não há desenvolvimento sustentado", disse. Dilma ainda mandou um recado para quem tem dúvidas sobre seu compromisso contra a inflação. "Compreendo quando setores da sociedade, no calor do debate econômico, duvidem de tudo, mas compreender não pode significar, para o governo, aquecê-lo mais do que é necessário." (Correio Braziliense)