A presidente Dilma Rousseff está diante de um dilema. Se o projeto do Código Florestal alterado pelos ruralistas na Câmara for votado antes da Rio+20, ela corre o risco de enfrentar uma saia justa internacional. Nesse cenário, o Brasil perderia o discurso de vanguarda ambiental e colocaria em risco o projeto de ser a liderança do Brics – bloco que o país compõe com Rússia, índia, China e áfrica do Sul – no evento da Organização das Nações Unidas (ONU). Por outro lado, se a votação ficar para depois, o tema pode contaminar a opinião pública mundial e incendiar a "Cúpula dos Povos", megaevento paralelo que reunirá organizações e celebridades de todo o mundo no Rio durante os dias da Rio+20. No último fim de semana, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso reforçou a pressão sobre o Palácio do Planalto e deu munição aos ambientalistas ao colocar sua rubrica no topo da lista de assinaturas do projeto do Greenpeace que propõe a Lei de Desmatamento Zero. (Brasil Econômico)