Depois de troca de afagos seguidos com a presidente Dilma Rousseff (PT), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) garantiu ontem que apoiar a faxina no governo não implica um "alinhamento" automático da oposição à gestão petista. Em visita a Belo Horizonte o ex-presidente defendeu a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), proposta que vem sendo defendida pela oposição desde o início das denúncias de irregularidades envolvendo ministros do governo Dilma e que acabaram provocando a queda de três deles. Para o tucano, que chegou a causar mal-estar dentro do partido e também na oposição ao defender a faxina da presidente, uma CPI seria uma opção para investigar os casos de corrupção no governo, desde que não seja apenas para promover denúncias. "Se não for simplesmente para denunciar, mas para sair uma decisão boa para o Brasil, não há mal nenhum. Acho até que o governo devia apoiar", disse. O tucano voltou a afirmar que, sendo positivas para o país, as mudanças nos quadros do Executivo – decorrentes de denúncias de corrupção – devem contar com o aval dos parlamentares contrários à presidente. (O Estado de Minas)