BNDES, Banco do Brasil e Caixa estudam a concessão de mais um empréstimo para fechar as contas das distribuidoras de energia elétrica, fortemente afetadas por obrigações extraordinárias impostas pela crise no fornecimento de energia elétrica que vem desde o final de 2012.
Caso seja efetivada, a medida contraria a nova orientação da política econômica que impõe fortes restrições ao uso dos bancos públicos para socorrer o setor elétrico. É possível que o BNDES assuma a missão sozinho, diante das graves necessidades do setor e do papel do novo ministro do setor, Eduardo Braga, preocupado com a quebra de algumas empresas. O Ministério da Fazenda tem visão diferente do problema e encomendou detalhados estudos técnicos antes da decisão.
O empréstimo destina-se ao pagamento de despesas com a compra de energia no mercado de curto prazo no fim do ano e produzida por usinas térmicas. A conta do gasto de novembro, no valor de R$ 1,6 bilhão, vence esta semana. Outros R$ 900 milhões devem ser quitados em fevereiro por conta de compromissos de dezembro.
Tudo somado, em 2014 o setor elétrico consumiu R$ 20,3 bilhões em créditos bancários de emergência para pagamento da energia adquirida no mercado à vista para honrar compromissos das distribuidoras.
O empréstimo discutido agora para resolver os problemas dos dois últimos meses do ano passado deverá ser transferido aos consumidores, por meio de aumento na conta de luz. As dificuldades surgiram com o programa de barateamento das tarifas de eletricidades postas em prática pelo governo há dois anos. Algumas concessionárias se recusaram a participar gerando uma série de distorções em cadeia.