Após meses de vaivéns, debates e desacertos no Congresso, parte do governo reluta em votar hoje a reforma do Código Florestal no plenário da Câmara. A maioria dos líderes partidários pressiona por uma resolução imediata do assunto, mas o Ministério do Meio Ambiente, apoiado por PV, PSOL e parte do PT, além de ONGs ambientalistas, resiste à votação nesta semana. Em reunião no Palácio do Planalto, o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, pediu ontem ao relator do novo código, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), "alguns ajustes" para garantir um avanço no consenso obtido até aqui. Sob orientação da presidente Dilma Rousseff, o ministro afirmou ser difícil aceitar a isenção de recompor a vegetação obrigatória (reserva legal) para áreas até quatro módulos fiscais (de 20 a 400 hectares, segundo a região do país). Também disse não ser possível transferir a Estados e municípios o poder de autorizar desmatamentos. Aldo pediu mais tempo para rever parte de seu texto, mas insistiu em manter o tratamento diferenciado para áreas até quatro módulos. (Valor Econômico)