Evo Morales, presidente da Bolívia, virá ao Brasil discutir os novos termos do acordo de fornecimento de gás natural. Na prática, quer que o Brasil pague o mesmo preço que está sendo pago pelos argentinos.
A confirmação de sua vinda depende do avanço das negociações preliminares que estão em curso.
Considerando a fragilidade energética do Brasil no momento, aceitar o reajuste do preço não seria o mais trágico. O que importa é saber quais compensações Morales vai dar pelo aumento.
Porém, no momento em que o Brasil rediscute essa questão a principal diretoria da Petrobrás, que está tratando da questão do reajuste de preços, é alvo de encarniçada disputa política entre Dilma Roussef e o presidente da Petrobrás Sergio Gabrieli.
Este não aceita a indicação de Maria das Graças Foster para o lugar de Ildo Sauer na Diretoria de Gás e Energia da empresa. Foster é pessoa de confiança de Dilma, que deseja ampliar seu poder na empresa.
Para resistir ao seu avanço, Gabrieli articula-se na área empresarial e com os governadores do Rio de Janeiro e da Bahia para manter Sauer no lugar ou colocar alguém de sua esfera de influência no cargo.
A disputa ocorre em um momento crítico para a matriz energética brasileira e reflete a desorientação do governo no trato da questão.
(Equipe Arko América Latina – americalatina@arkoadvice.com.br)