Apesar da onda em torno do nome, Lula não vai nomear Delfim Netto para o Banco Central e, provavelmente, também não o fará para o Ministério da Agricultura.
As razões são as seguintes: (a) Lula gostaria de ter Delfim como uma espécie de conselheiro para temas gerais; (b) Lula não gostaria de ter um ministro que pudesse fazer sombra à equipe econômica; (c) Lula não quer ter ninguém com potencial para ser uma espécie de super-ministro; e (d) Delfim não é nome do PMDB. Poderia ter apoio de alguns, mas não é um nome considerado 100% do partido.
Na ausência de especulações melhores e com a falta de assunto
Mesmo assim, alguns indícios devem ser colhidos dessa especulação.
O primeiro é que Lula ainda não tem um nome para a Agricultura. Tal fato é lamentável pelo fato de que a pasta é uma das três mais importantes do governo e tem caráter estratégico para o país.
O outro indício é a existência de uma campanha contra Henrique Meirelles, cujos focos podem ser o PT gaúcho, que já havia tentado desestabilizá-lo, e os eternos insatisfeitos com as políticas cambial e monetária que gostariam de menos ortodoxia e autonomia no BC.
Entretanto, apesar das pressões contra Meirelles, a tendência é a de que Lula o mantenha no posto. Apesar das especulações em torno de delfim serem saborosas para a imprensa, deve ficar fora do ministério. Ou, pelo menos, do primeiro escalão do ministério.
Na verdade, nunca se viu uma transição tão sem graça e uma composição de ministérios tão carente de nomes de impacto.