A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a Academia Brasileira de Ciências (ABC) e outras entidades divulgaram ontem um estudo em que afirmam não haver sustentação científica para a proposta do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) de reforma do Código Florestal. O texto de Aldo, que deve ser votado pela Câmara nos dias 3 e 4, prevê a redução da mata ciliar (que protegem os rios) dos atuais 30 metros a partir da margem para 15 metros, no caso de rios com menos de 5 metros de largura. Os cientistas argumentam que esta mudança poderá trazer "um impacto enorme" sobre as espécies de plantas e animais. A poucos dias da votação, os cientistas pedem o adiamento e sugerem um extenso diálogo. Nobre estima serem necessários dois anos para que o tema seja objeto de acordo. Até lá, sugere, o governo deve prorrogar mais uma vez a aplicação do decreto que pune quem está em desobediência ao Código Florestal. Entre os ruralistas, no entanto, a proposta causa repulsa. – Não temos condições de adiar mais esta votação. O atual código é uma espada na cabeça do produtor – disse a presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), senadora Kátia Abreu. (O Globo)