Balanço dos dois dias de esforço concentrado de votações no Congresso – terça e quarta-feira – revela que os parlamentares deram prioridade a medidas com ibope junto aos eleitores. Segundo levantamento feito pelo Valor Econômico, os projetos barrados ou iniciativas para investigar denúncias, como a CPI do Metrô de São Paulo, também obedeceram a lógica das urnas. É a ela que deputados e senadores se dedicarão durante o mês de agosto. Só voltarão em setembro para nova maratona de dois dias, às vésperas das eleições. Para essa segunda rodada está prevista uma pauta ainda mais importante.
No Senado trabalhou-se bastante: 18 propostas foram aprovadas em dois dias, incluindo medidas como aumento do repasse de recursos e novas regras para criação de municípios. Na Câmara o PT operou com sucesso para barrar projetos que dificultariam a gestão da presidente Dilma Rousseff. A proposta que amplia em um ponto percentual o repasse de recursos do Imposto de Renda (IR) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) foi aprovada no Senado com a metade do percentual do texto original (2%). Mas será um reforço importante às finanças dos municípios se aprovada na Câmara nos próximos dois anos – 0,5 ponto no primeiro e 0,5 ponto no segundo. Com isso, o repasse total salta para 24,5% quando a medida for aprovada pela Câmara.