4. É sabido que o governo não tem maioria no Senado. Que conselho o Sr. daria ao presidente Lula para conquistar uma base de apoio que lhe dê segurança nas votações?
Vicentinho: Tanto para o Senado, quanto para a Câmara, o conselho que eu daria e dou ao meu presidente é que antes de mais nada, ele tenha uma relação estreita com a sociedade, e qualquer projeto a ser apresentado tenha a sociedade acompanhando. Porque se o projeto é bom e a sociedade acompanha, o senador ou qualquer outro parlamentar vai perceber e não vai ficar fazendo essas mandingas que fazem aqui dentro. É preciso efetivamente que a sociedade participe. Eu diria uma espécie de participação popular, de orçamento participativo, de algo que as pessoas opinem e discutam sem tirar o papel do Congresso. Aqui, quando tem votação de um projeto e a sociedade participa, ela verifica que os deputados aprovam porque vêem o povo e analisam o projeto, e não o seu interesse pessoal.
5. Ainda sobre a base de apoio ao governo no Congresso. Qual a análise do Sr. em torno dessa aproximação do presidente Lula com a ala oposicionista do PMDB?
Vicentinho: O presidente Lula, desde à época em que atuávamos juntos no Sindicato dos Metalúrgicos, ele sempre foi muito hábil. Quanto pior a empresa, mais ele buscava resolver o problema. Então, neste caso do PMDB, quanto mais dura a relação, mais ele busca para dialogar. O Lula é muito inteligente.
6. Inicialmente, o Sr. falou em reformas para o segundo mandato do presidente Lula. Então, em termos de agenda legislativa, qual reforma deverá ser priorizada?
Vicentinho: A Reforma Política. É fundamental que se discuta já no começo da legislatura para quando chegar os próximos quatro anos, não termos mais essa coisa na base do afogadilho. Que a sociedade, que o parlamentar, que os eleitores como um todo, tenham conhecimento de como vai funcionar e que os partidos, principalmente, sejam profundamente respeitados.