Em 2010, ano eleitoral em que a economia cresceu acima de 7%, os gastos do Orçamento aumentaram R$98,8 bilhões em relação a 2009, auge da crise econômica. E a maior fatia desse bolo, R$86 bilhões (87%), refere-se a despesas de pessoal e custeio. Os investimentos aumentaram R$12,8 bilhões ano passado, ficando com apenas 13% do total de aumento dos gastos. Os números fechados do Orçamento de 2010 tornam ainda mais frágeis os argumentos do governo de que o crescimento das despesas foi necessário para combater a crise na economia.
Embora tenham sido ampliados em decorrência do programa de Aceleração do Crescimento (PAC), os investimentos continuaram ocupando uma fatia muito pequena do Orçamento de 2010: apenas 5,5% das chamadas despesas primárias, já computados os restos a pagar – recursos de anos anteriores pagos no exercício. Passaram de R$32,2 bilhões em 2009 para R$45 bilhões em 2010, num conjunto de despesas primárias pagas de R$808,2 bilhões. – Ainda que tenham aumentado, os investimentos cresceram sobre uma base pequena e o impacto anticíclico foi pequeno. Não cresceram mais porque não há espaço no Orçamento para ampliar esses gastos diante do aumento das demais despesas. A arrecadação é finita e o Estado vive de opções – observa o economista Gil Castello Branco, da ONG Contas Abertas. Infprmou o Jornal O Globo.