O meteórico sucesso de Marina Silva é estonteante. Mal a semana começou e ela já ia bem nas pesquisas, no debate dos presidenciáveis e no Jornal Nacional. Tudo isso sem grandes anúncios e sem preencher aqueles três ou quatro pré-requisitos de uma campanha presidencial – não tem muito tempo de TV, arrecada pouco, não tem uma forte estrutura partidária. Mas sobra carisma. A cada novo resultado de pesquisa surgem meia dúzia de novas revelações sobre a natureza do “voto Marina”. A soma disso tudo aponta para uma candidata que preenche tantas medidas que desestabilizou os adversários. Na sabatina do Estadão, Aécio Neves começou a bater na candidata do PSB com mais força. “Ouvi recentemente o Gianetti (conselheiro econômico de Marina) dizer que a Marina gostaria de governar com o apoio do Lula e do Fernando Henrique. Mas em que direção? Na da estabilidade ou na do mensalão?”.
A presidente Dilma Rousseff se reuniu à noite com o chamado Conselho Político, que agrega nove partidos da base aliada, para traçar nova estratégia para a campanha eleitoral diante do crescimento de Marina Silva nas pesquisas. Dilma afirmou que não pretende mudar a estratégia de campanha, mas alguns de seus aliados acham que hora de ir para rua, mostrar mais serviço, envolver-se mais. Há muito tempo o governo e o PT não tinham essa sensação de dificuldade à frente como acontece agora.