O Banco Central está tomando uma série de medidas para conter o ímpeto do brasileiro por empréstimos e compras a prazo, mas ainda não obteve sucesso, informa o Correio Braziliense. Quase R$ 4 bilhões estão sendo emprestados diariamente no país, ritmo que levou o nível de endividamento das famílias daqui a superar o dos norte-americanos. Enquanto nos Estados Unidos, em média, 18% da renda são gastos para quitar parcelas dos financiamentos (prestações e juros), no Brasil essa relação alcançou 24,2% – cenário que é motivo de preocupação no governo, principalmente quando se lembra da crise mundial, com auge em 2008, gerada pelo superendividamento nos EUA. A demanda por crédito está tão forte que o total das dívidas das famílias já encosta no R$ 800 bilhões, mesmo com o valor das prestações tendo aumentado 20% desde o início do ano, refletindo a elevação da taxa básica de juros (Selic) e as medidas macroprudenciais baixadas pelo BC. Ciente de que tal movimento é inflacionário e incompatível com a atual correção dos salários, a autoridade monetária quer que o crédito avance 13% ao ano e não 21% como se vê. Mesmo que essa desaceleração se concretize, o BC já vislumbra um salto no calote. Mais famílias não terão condições de honrar seus compromissos em dia.