A política de aumentar o gasto público de forma contínua e acelerada mudou o quadro fiscal do Brasil. Se, até há bem pouco tempo, o comum era o governo reduzir seu consumo próprio para dar um alívio à inflação, hoje, a história mudou. O endividamento bruto do Estado avançou e equivale a 63,1% de tudo o que é produzido no país, o Produto Interno Bruto (PIB). é o maior patamar para a relação dívida bruta versos PIB desde dezembro de 2002, quando esse percentual encostava nos 62,7%. Nos primeiros anos de gestão do governo Lula, a ideia central era reduzir a dívida pública e conseguir maior solidez fiscal. Em dezembro de 2003, o endividamento bruto correspondeu a 59,9% do PIB. No ano seguinte, caiu para 56%. à época, uma inflação galopante – na casa dos dois dígitos – obrigou a equipe econômica a forçar a mão nos juros básicos e na redução do gasto público. Essa política, tida como conservadora, deu ao país condições de constituir reservas externas (poupança em dólares).