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Disputa pelo PMDB

Michel Temer e Nelson Jobim disputam a presidência do PMDB em uma eleição prevista para o dia 11 de março. Temer, que se aproximou do governo e oi muito importante na vitória de Arlindo  Chinaglia para a presidência da Câmara, tenta permanecer no cargo. Jobim, após deixar o STF, tenta voltar à vida política.


 


A Folha de São Paulo traz hoje entrevista com Jobim na qual ele afirma que Temer é a estagnação do PMDB.


 


Trechos da entrevista:


 


FOLHA – Por que um ex-ministro da Justiça e ex-presidente do Supremo se interessa pela disputa da presidência de um partido político?


NELSON JOBIM – Depois de sair do Supremo, resolvi retornar à minha atividade, que é a advocacia. Ao mesmo tempo, queria ter uma atividade política, porém nada governamental, como ser ministro. Voltei ao PMDB para contribuir com o partido, que nos últimos anos se tornou uma grande confederação de partidos regionais.


 


FOLHA – Sempre foi assim.


JOBIM – Não necessariamente. Houve um período no passado que não. Precisamos reconstituir o partido no sentido de transformá-lo em uma agremiação nacional. O partido não tem bandeira nacional. Minha idéia ao me candidatar a presidente é fazer com que as posições assumidas pelo partido sejam relevantes nacionalmente.


FOLHA – Dê exemplos.


JOBIM – A questão financeira, a tributária e a reforma política. O partido não se reúne há quanto tempo para tratar desses temas? Um exemplo concreto são os governadores. O PMDB tem sete governadores. Todos têm os seus problemas fiscais. Em que momento a direção nacional se reuniu para tentar formular um modelo de solução fiscal para os Estados? Nunca. Os governadores, individualmente, tentam buscar soluções, todas díspares. O partido deve fazer um exame da situação econômica dos Estados e engendrar uma solução perene, que respeite a Lei de Responsabilidade Fiscal, mas que viabilize o funcionamento dos governos estaduais.


 


FOLHA – É possível o sr. reconsiderar a sua candidatura? Aceitar a proposta já feita: ser secretário-geral, com Temer presidente, para daqui a um ano e meio o sr. assumir?


JOBIM – Não existe essa hipótese. Não é aceitável. O tempo é exíguo. O partido precisa desses quatro anos até 2010. Esse acordo proposto será a continuidade de uma estagnação. E outra coisa precisa ser dita, queiramos ou não: o deputado Michel Temer lidera só uma parte do partido. Não agrega os senadores, por exemplo.


 


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