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Dilma obtém vitória política com aprovação da MP do Mais Médicos, por Murillo de Aragão

O Senado aprovou a MP do programa Mais Médicos. O resultado, além de acelerar a vinda de médicos estrangeiros ao país, representa uma importante vitória política para a presidente Dilma Rousseff, que comprou briga com um segmento corporativo, organizado e possuidor de grande poder de mobilização: a classe médica.

A aprovação dessa MP também foi importante por dois aspectos: 1) reforça a prioridade dada por seu governo à área social; 2) contribui para criar uma marca para a gestão Dilma, que até agora tem como principal atributo de imagem o fato de representar o legado do ex-presidente Lula.

Quando foi eleita presidente da República, em 2010, um dos desejos de Dilma Rousseff era consolidar o perfil de gestora eficiente para criar um diferencial em relação ao governo Lula. Mas, por enquanto, ela não obteve sucesso nesse quesito.

A economia, por sua vez, continua sendo um desafio: a inflação permanece próxima do teto da meta; o crescimento é bem inferior ao apresentado nos anos Lula; e o emprego, apesar dos indicadores positivos, gera preocupação entre os brasileiros.

Assim, após mais de três anos de governo, a principal característica da gestão Dilma ainda é a continuidade do lulismo (justamente por isso a ex-senadora Marina Silva afirmou, na semana passada, que a marca do governo Dilma seria o retrocesso).

Se, por um lado, ter como marca a continuidade do lulismo é um atributo de imagem importante, por outro, isso pode ser insuficiente para a presidente reivindicar aos eleitores um novo mandato na eleição do próximo ano.

Por conta disso, o sucesso do Mais Médicos, que, segundo pesquisas realizadas pelo PT e pelo Palácio do Planalto, é muito bem avaliado, sobretudo nas regiões mais pobres do país, pode ser utilizado por Dilma Rousseff para se firmar como a presidente que "aprofundou o social", ampliando seu diálogo com os setores menos favorecidos.

Ou seja, com a aprovação da MP do Mais Médicos, o governo dispõe de uma bandeira de peso para reduzir a má avaliação na área da saúde, que hoje é de 77% (dados da última pesquisa CNI/Ibope), e começar a oferecer respostas à principal demanda da população (saúde).