A presidente Dilma jantará nesta sexta-feira 23, no Palácio do Planalto, com os principais empresários do agronegócio, uma cartada importante para atraí-los para a sua campanha à reeleição. O governo age com certo atraso, e teme que o setor feche por completo seu apoio ao candidato do PSDB, senador Aécio Neves, e a Eduardo Campos, do PSB. A reaproximação de Dilma com o agronegócio está sendo conduzida por meio da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), atual presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A ideia é romper a resistência do setor, com quem Dilma manteve boa relação em 2010, quando foi eleita.
Os usineiros de etanol são os mais descontentes com a presidente. A principal entidade do setor, a União da Indústria da Cana-de-açúcar reclama que 30% das empresas são obrigadas a empenhar pelo menos 17% do faturamento para cobrir endividamentos e pode deixar de produzir cana-de-açúcar por causa da crise. A presidente da entidade, Elizabeth Farina, critica a presidente Dilma e o ministro Guido Mantega (Fazenda) sem reservas. Segundo o diretor técnico da entidade, Antonio de Padua Rodrigues, 30 empresas de etanol estão em processo de recuperação judicial e há o risco de calote, o que já dificulta o acesso a financiamento privado.