A presidente Dilma Rousseff entra no seu terceiro ano de governo com desafios políticos, legislativos e econômicos relevantes. Mas nada que não possa ser enfrentado com êxito. Em termos de apoio popular, 2013 começa melhor que 2012, já que todos os institutos de pesquisa revelam que sua popularidade cresceu de forma expressiva. Esse crescimento é importante, pois ajudará na condução dos desafios. Fica evidente que o governo navega longe dos escândalos e da pauta negativa relacionada ao julgamento do mensalão e a outras investigações. Na esfera política merece destaque, em primeiro lugar, a eleição para as presidências da Câmara e do Senado. A tendência é que o PMDB eleja tanto o presidente da Câmara, com Henrique Eduardo Alves (RN), quanto o do Senado, com Renan Calheiros (AL). O PT deve apoiar ambos. Além da sucessão na presidência das duas Casas, haverá troca de comando das lideranças partidárias e nas comissões permanentes. A troca de liderança do PMDB na Câmara parece ser a mais complexa. Após a eleição no Congresso, a presidente deve promover mudanças na Esplanada dos Ministérios. Algumas decorrerão de insatisfações do Planalto com as equipes, mas outras terão o objetivo de reorganizar a base aliada e, ainda, estabelecer estratégias para a corrida presidencial de 2014. Alguns ministros de perfil baixo devem ser trocados por nomes políticos, visando reforçar o relacionamento com a base governista. Dilma precisa acomodar, por exemplo, o PSD de Gilberto Kassab na equipe ministerial. Gleisi Hoffmann pretende disputar o governo do Paraná em 2014 e pode voltar para o Senado. Outro desafio será a condução da agenda legislativa no Congresso Nacional. A pauta de 2013 inclui temas polêmicos, como a unificação da alíquota do ICMS em 4%, o novo marco regulatório da internet, o fim do fator previdenciário, a redução da jornada de trabalho, a regulamentação da terceirização e o veto aos royalties do pré-sal. No Congresso, o governo deve enfrentar – como sempre – alguma turbulência, com possibilidade de derrotas. Faz parte do jogo. O cenário para 2013 é relativamente positivo para o governo, que continua com maioria folgada no Congresso e tendência para a aprovação de medidas de seu interesse. Entretanto, deve haver tensões pontuais por conta da acomodação dos aliados no governo, pela incerteza da permanência do PSB na coalizão para 2014 e pelos constantes atritos dentro da base. Em que pesem as questões políticas, o que importa para manter a popularidade elevada de Dilma é a economia. E esta tende a apresentar desempenho melhor que em 2012, enquanto a popularidade da presidente deve permanecer elevada. Do ponto de vista econômico, a pressão é por crescimento. A presidente começou 2012 relativamente bem, depois de um crescimento do PIB de 2011. O crescimento em 2012 deve ficar entre 1% e 1,1%. Todavia, a expectativa é que em 2013 o resultado seja melhor: as estimativas giram em torno de 3,% e 3,6%. Esse percentual não é nenhuma “Brastemp”, mas pode ser suficiente para manter o favoritismo de Dilma para 2014. As tendências estão dadas. O governo tem a possibilidade de se sair bem no que é mais relevante para a sociedade: a economia e a redução da pobreza. Ambos os vetores tendem a ser positivos na avaliação da maioria da sociedade.