A Folha de S. Paulo de hoje publica que em reuniões no Palácio da Alvorada, a presidente Dilma Rousseff tem discutido com sua equipe o uso de uma vacina contra a acusação da oposição de que o governo segura artificialmente os preços, jogando a conta para 2015. Segundo o discurso oficial, o governo adota essa política para poupar o bolso do consumidor em períodos desfavoráveis da economia, diluindo os aumentos ao longo dos próximos anos.
A presidente é contra, por exemplo, repassar para o preço dos combustíveis toda a variação cambial, como quer a Petrobras, sob o argumento de que o consumidor não pode pagar tudo e a estatal tem de absorver parte do custo. Além disso, tal política de contenção artificial da inflação evita o estouro do teto de 6,5%.
De acordo com o mercado e especialistas, contudo, “não existe almoço grátis”, conforme ensinava o economista americano, Milton Friedman, um monetarista radical. Alguém sempre paga a conta, em geral o consumidor, de duas maneiras: 1) um dia os preços comprimidos acabam estourando, e com isso realimentam a inflação, que atinge ricos e pobres; 2) no caso da gasolina, a Petrobras é que leva o prejuízo, pois com os preços temporariamente congelados, a empresa não tem recursos para investir.