A presidente Dilma Rousseff jantou na última terça-feira (03) com o presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), o líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, para tratar das votações na Casa nessa reta final de trabalhos antes do recesso parlamentar.
Na semana anterior, Maia havia colocado em pauta matérias das quais o governo discorda, como a redução da jornada de trabalho dos enfermeiros e a redistribuição dos royalties do petróleo. Além disso, havia a possibilidade de entrada do projeto que extingue o fator previdenciário incidente sobre as aposentadorias do INSS. Tais temas importam em termos orçamentários e políticos para o Planalto.
Dilma entrou no circuito para evitar que propostas com esse cunho retornem ao plenário justo no momento em que o governo reconhece, de forma mais contundente, a gravidade da crise econômica internacional. E a conversa deu resultado para os dois lados. Foi anunciado que o fim do fator previdenciário e a distribuição dos royalties , além de outros projetos, ficarão para depois do recesso parlamentar. Nessa última semana de trabalhos na Câmara, apenas medidas provisórias devem ser votadas.
Com isso o governo ganhou tempo para encontrar soluções melhores para as propostas. Maia, que sempre é pressionado para pautar tais matérias, conseguiu fazer com que o governo não ficasse apenas empurrando a questão com a barriga. O Planalto terá de se movimentar para apresentar soluções ao Congresso.