Nunca um cargo de fiscal do dinheiro público foi tão disputado como a vaga do ministro Ubiratan Aguiar no Tribunal de Contas da União. O ex-presidente do TCU deixa a função compulsoriamente ao completar 70 anos, no segundo semestre. Mas, desde já, pelo menos dez deputados da base governista se digladiam para sentar em sua cadeira. E o que atrai não são bem as pilhas de planilhas de gastos e projetos técnicos de obras públicas, mas o emprego vitalício, com salário de R$25 mil, aposentadoria integral, férias de dois meses por ano, carro oficial, cota de passagens de cerca de R$50 mil por ano e assessoria do mais completo corpo técnico da República. Pela Constituição, os nove ministros do TCU devem ter idoneidade moral, reputação ilibada e notório saber jurídico e técnico para exercer o cargo, com experiência de no mínimo dez anos nessa área. A vaga de Ubiratan Aguiar, ex-deputado pelo PSDB do Ceará, é, por direito, preenchida por um escolhido pela Câmara dos Deputados. (O Globo)