A desoneração da folha de pagamento deverá tornar-se permanente, medida destinada a aproximar a presidente Dilma do empresariado, descontente com seu governo e de namoro com seus adversários na eleição deste ano. A medida deverá ser anunciada em encontro com empresários no Fórum Nacional da Indústria, da CNI, nesta quinta-feira 22, para discutir problemas do setor. O governo está preocupado com o ritmo fraco da indústria, que está postergando investimentos diante da queda de atividade e incertezas neste ano eleitoral.
A indústria passa por um momento de recuo na produção. Em março, segundo dados divulgados pelo IBGE, registrou queda de 0,5% ante fevereiro, ritmo ditado pela menor fabricação de veículos. Insatisfeitos com o estilo intervencionista da presidente, empresários têm se reunido com o tucano Aécio Neves e o pessebista Eduardo Campos. Pesquisas internas, nos encontros, mostram que o empresariado prefere um dos dois.
O indicador de produção da indústria da Confederação Nacional da Indústria ficou em 47,3 pontos em abril, com base em pesquisa feita entre 5 e 14 de maio com 2.045 empresas do país. Segundo a CNI, o indicador varia de zero a 100 pontos, sendo que valores acima de 50 pontos indicam evolução positiva, e abaixo disso, queda na produção. Abril, de acordo com a CNI, foi o sexto mês consecutivo em que o índice ficou abaixo dos 50 pontos. “Além disso, o índice é menor que o registrado em março, o que significa que a queda foi mais disseminada pela indústria”, avalia a Confederação Nacional da Indústria.