Há 10 anos, você pediria demissão do seu emprego sem ter uma vaga em vista? Provavelmente, não. é simples: a taxa de desemprego ultrapassava a marca de dois dígitos e a economia bailava no ritmo de certezas e incertezas internacionais. Passada uma década, no entanto, o índice de pessoas desocupadas caiu 53,78% na Grande BH, atingindo o menor nível da série histórica, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E, com isso, a resposta mudou. Aos 23 anos, a vendedora Eliane de Oliveira não teve dúvidas ao informar sua chefe que deixaria o cargo no mês que vem. Ganhando R$ 700, ela almeja salários mais altos – "Quem sabe numa loja de shopping, onde também se tem a comissão das vendas" – e carga horária um pouco menor que as 10 ou 11 horas diárias. "Ainda não olhei nada. Mas saio sem medo de ficar desempregada. Com certeza, em um mês consigo algo", diz, otimista, Elaine, que tem três anos de experiência. A posição da vendedora é reflexo da contínua queda da taxa de desemprego no Brasil nos últimos anos. De 2003 para cá, na Região Metropolitana de Belo Horizonte – uma das seis pesquisadas pelo IBGE -, o índice médio anual caiu de 10,8% para 4,9% no ano passado – a segunda menor, atrás apenas de Porto Alegre, que fechou o ano com 4,5% da população sem emprego. No país, a taxa anual ficou em 6%. Em dezembro, apoiado nas vendas varejistas do fim de ano, o índice na capital mineira ficou abaixo da média nacional, com apenas 3,8% de desocupação ante 4,7% nas demais áreas. Em comparação com o mesmo mês de 2010, a redução do número absoluto de desocupados é de 12 mil. (Estado de Minas)