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De líberos e ministros

O líbero é aquele zagueiro que fica na sobra. Normalmente quando os times jogam com três zagueiros. É o caso do meu Botafogo e de outros times. O Brasil não é um país de muitos líberos. A nossa tradição de jogar com quatro jogadores na defesa vem dos anos 50.  Os times penam para conseguir um bom zagueiro para fazer a função.


 


O líbero tem que ter uma visão de jogo mais apurada e um grande senso do tempo da bola. Sua intervenção tem que ser precisa e salvadora.  O líbero, hoje conhecido como sweeper, também pode ser chamado de stopper. O que para tudo.


  


Seguindo a estratégia de cozinhar o galo, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, confirmou hoje que a Polícia Federal tomou o depoimento da testemunha que teria entregue R$ 250 mil a Hamilton Lacerda, ex-coordenador de campanha de Aloizio Mercadante, nas investigações do caso do dossiê contra tucanos.


 


Nos últimos dias, algum pedaço de informação sobre o escândalo é divulgado. Aplaca a sede da mídia. É uma forma de mostrar serviço. Infelizmente, os mentores e organizadores da operação ganham tempo e estão protegidos.


 


Faltam apenas dois dias para Lula ser eleito. Sem confusões nem revelações espetaculares, seu favoritismo será confirmado.


 


Bastos está fazendo um admirável trabalho de gerenciamento da crise do dossiê. Lula terá uma dívida eterna com o seu ministro da Justiça. Para ele, o presidente deveria reservar o abraço mais apertado na noite de domingo.


 


Enquanto Dirceu, Palocci, Delúbio, Berzoini, Mercadante, entre outros, encalacraram o presidente com suas confusões, Bastos aparece como um zagueiro salvador para livrar o presidente de tomar um gol contra.  Bastos, o maior líbero da política nacional.