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Cunha explode pontes

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Eduardo Cunha formalizou seu rompimento com a presidente Dilma sem nenhuma revelação nova. A decisão é um ato isolado de quem está muito pressionado e numa situação de desconforto total após o depoimento do ex-consultor da Toyo Setal Júlio Camargo à Justiça Federal do Paraná relatando que Cunha lhe pediu propina de US$ 5 milhões.
Sua teoria é que, para garantir a recondução ao cargo de procurador-geral, Rodrigo Janot teria combinado com a presidente Dilma em detoná-lo. É uma narrativa atípica e uma clara estratégia de defesa: desmoralizar seus acusadores apontando conluios. Todos sabem que Dilma está incomodada com Janot tanto ou mais do que Cunha.
O certo é que a presidente ganhou um inimigo duro a pouco mais de um mês da apreciação de suas contas pelo TCU, e que pode abrir a porta para um pedido de impeachment. Esse inimigo é quem decide se o processo vai em frente. Considerando sua animosidade, aceitar o processo de impeachment parece o caminho natural.
O rompimento de Cunha pode significar sérios embaraços para o governo na Câmara. Ele controla cerca de 200 votos de vários partidos. O baixo clero tem simpatia por sua atuação. Mas o rompimento com o governo poderá emagrecer sua “base política” já que o Planalto tem bala na agulha para cooptar muitos deles. Basta a Casa Civil deixar a
coordenação política trabalhar.
Foto: Fotos Públicas