A crise dos anos 1990 obrigou o Brasil a implantar o sistema de metas de inflação que, apesar das controvérsias em relação ao seu cumprimento, foi um grande avanço para um país que viveu por mais de uma década – os anos 1980 e início dos 1990 – na hiperinflação.
E não é diferente no turbulento cenário atual. O avanço, desta vez, pode ser o fim de uma outra "anomalia" da economia: uma taxa de juros que está entre as maiores do planeta.
Só que mais do que aproveitar a nova fase da crise mundial para reduzir os juros básicos (Selic), como já indicou a própria presidente Dilma Rousseff, o Brasil precisa criar condições para sustentar o novo patamar por um período prolongado. E a resposta para isso, mais uma vez, é o mercado interno. "O que diferencia o Brasil de outros países nesse momento é a força do seu mercado interno", disse ontem, em Curitiba, a presidente, complementando que o governo pretende transformar em consumidores 16 milhões de pessoas por meio dos programas de combate à pobreza, como aconteceu nos últimos anos, quando o Brasil ganhou cerca de 25 milhões de novos consumidores. E essa é a tese – a de estimular o consumo – que Dilma tem defendido em suas recentes passagens pelos Estados Unidos – quando discursou na Organização das Nações Unidas – e pela Europa quando fala da crise internacional. (Brasil Econômico)