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Cresce a avaliação positiva do governo Dilma, por Murillo de Aragão

Foi divulgada na última semana pesquisa CNI/Ibope sobre o governo Dilma Rousseff. A avaliação positiva (“ótimo/bom”) cresceu de 37% para 43% (6 pontos percentuais) de setembro para dezembro, enquanto a regular caiu de 39% para 35% (4 pontos) no mesmo período. Por outro lado, a avaliação negativa (“ruim/péssimo) caiu de 22% para 20%, oscilando dentro da margem de erro (2%).
Embora a avaliação positiva do governo esteja distante dos 63% registrados em março, período anterior às manifestações de junho e julho, ela apresenta uma trajetória de recuperação consistente. Nos últimos quatro meses, a avaliação “ótimo/bom” cresceu 12 pontos (de 31% para 43%), enquanto a “regular” caiu 4 (de 39% para 35%) e a “ruim/péssima” perdeu 11 (de 31% para 20%).
 
Em relação à aprovação do governo, é importante registrar que a região onde ela apresenta melhor desempenho é no Nordeste (52%), seguido do Sul (46%), Norte/Centro-Oeste (45%) e Sudeste (38%). No Sudeste, o percentual é menor que a média nacional (43%).
 
Outro dado positivo para a presidente Dilma Rousseff diz respeito à comparação com o governo Lula. O percentual dos entrevistados que veem os dois governos (Dilma e Lula) como “iguais” cresceu de 44% para 49%, enquanto caiu o percentual dos que entendem que a gestão Dilma é “pior” que a de Lula (de 42% para 34%). O crescimento da associação entre os dois governos é importante para Dilma, pois Lula será um importante cabo eleitoral da presidente na disputa eleitoral de 2014.
 
A expectativa em relação ao restante do governo Dilma Rousseff também é positiva. O percentual dos entrevistados que acredita que a gestão será “ótima/boa” subiu de 39% para 45% em relação ao mês de setembro, enquanto a “ruim/péssima” oscilou negativamente dentro da margem de erro (de 23% para 21%)
 
Os brasileiros também aprovam a maneira de governar da presidente. O percentual de aprovação passou de 54% para 56% entre setembro e dezembro, enquanto a desaprovação caiu de 40% para 36% no mesmo período.
 
A confiança na presidente Dilma Rousseff também segue elevada. Segundo o Ibope, 52% dos entrevistados dizem confiar na presidente (mesmo índice de setembro). A desconfiança, por sua vez, caiu de 43% para 41%.
 
Interessante observar que a desaprovação à política de juros do governo, embora esteja alta (65%), apresentou queda em relação à pesquisa de setembro. Vale lembrar que desde abril, quando os juros estavam em 7,25% ao ano, o Banco Central vem promovendo aumento na Selic. Na reunião de novembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa para 10% ao ano, o sexto aumento consecutivo desde abril. Do mesmo modo, melhorou a aprovação com relação à política de combate de inflação. Neste quesito, a desaprovação caiu de 68% para 63%, enquanto a aprovação subiu de 27% para 31%.
 
O aumento da avaliação positiva do governo, assim como a expectativa em relação ao restante da gestão, a aprovação da maneira da presidente governar e a melhora na confiança pessoal de Dilma, aumentam o seu favoritismo na disputa presidencial de 2014.
 
Embora o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o governador Eduardo Campos (PSB-PE) sejam candidatos competitivos, por enquanto eles encontram dificuldades para construir um discurso e atrair aliados. Por conta disso, articulam a construção de palanques duplos nos estados para compensar a força de Dilma Rousseff nesse momento. Faltando cerca de 10 meses para a eleição presidencial, Dilma prossegue na disputa como favorita.
 
é importante registrar que a gestão de Eduardo Campos em Pernambuco é aprovada, segundo o Ibope, por 58% dos entrevistados. Um ponto positivo que Campos irá explorar durante a campanha eleitoral. Em Minas Gerais, o governador Antonio Anastasia (PSDB), reeleito com o apoio de Aécio, tem aprovação de 49%, índice também muito bom. Mas, em São Paulo, a avaliação do governo Geraldo Alckmin não está tão elevada (31%). O PSDB aposta em uma boa performance nesses dois estados para levar a disputa para o segundo turno.
 
Sobre as gestões do PSDB e PSB nos estados, cabe mencionar que os tucanos governam 8 estados e possui uma avaliação positiva média de 31,3%. Por sua vez, o PSB, que administra 5 estados, tem aprovação de 39,2%. Ou seja, as gestões do PSB são mais bem avaliadas do que as do PSDB.