O ajuste fiscal anunciado ontem pelo governo prevê um aumento nominal de 13,8% das receitas e de apenas 2,8% das despesas. O corte dos gastos públicos será de R$ 50 bilhões este ano, em relação ao Orçamento aprovado no Congresso. Considerando-se um deflator de 5,6%, as receitas crescem em termos reais 7,77%, mas as despesas terão uma queda inédita de 2,65%, informa o Valor Econômico de hoje. Como proporção do PIB, a contração do gasto público também será forte: cairá de 19,14% em 2010 para 17,75%. Esses dados indicam que a presidente Dilma Rousseff inicia seu primeiro ano de mandato com uma política fiscal contracionista, compatível com o quadro preocupante de aceleração da inflação. De acordo com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o superávit primário do governo central (Tesouro, Previdência Social e Banco Central) será de R$ 81,76 bilhões em 2011, ou 2% do PIB.