A estratégia do governo de emplacar o salário mínimo de R$ 545 passou a incluir a criação de um mecanismo anual de correção da tabela do Imposto de Renda (IR) como compensação para o projeto de lei enviado pelo Executivo que prevê um reajuste do piso aquém do que defendem muitos parlamentares – inclusive da base aliada. A medida funcionaria como paliativo para acalmar representantes de entidades trabalhistas, que não sairiam de mãos vazias ao levar a boa notícia para seus eleitores. Em troca da unidade da base na aprovação do mínimo proposto pelo governo, o Planalto abriria a discussão da criação de uma regra fixa para atualizar a tabela do Imposto de Renda, evitando perdas salariais para trabalhadores que ganham acima de R$ 1,5 mil, valor-base para a incidência do tributo.