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Correa reforça eixo Venezuela-Bolívia-Cuba

Com o virtual triunfo de Correa na eleição presidencial, o Equador se une ao numeroso grupo de tendência de esquerda na América Latina e representa uma perda de influência dos Estados Unidos na região.


Com mais de 80% dos votos apurados pelo Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) do Equador, Correa obtém 3.033.606 votos, que representam 59,10% do total parcial, enquanto que Noboa alcança 2.099.292 votos (40,90%).


A vitória de Correa, ex-Ministro da Economia do atual Governo, se agrega as do boliviano Evo Morales e do ex-guerrilheiro nicaragüense Daniel Ortega, eleitos este ano, e aos presidentes que representam diversa posições no espectro da esquerda no continente: Hugo Chávez (virtualmente reeleito na Venezuela), Néstor Kirchner (Argentina), Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Raúl Castro (a quem o seu irmão Fidel cedeu o comando da ilha), Tabaré Vásquez (Uruguai) e a chilena Michelle Bachelet.


Ainda está para se confirmar se a independência que Correa manifestou com respeito ao seu amigo Hugo Chávez é verdadeira ou se se tratava de uma estratégia de campanha para evitar que ocorresse o mesmo que com o candidato peruano Ollanta Humala, a quem as expressões de apoio de Chávez serviram para sepultar suas pretensões presidenciais.


O que está claro é que Correa se manterá firme na decisão de não firmar o Tratado de Livre Comércio com os EUA. Tal disposição representa um dos pontos mais evidentes da discordância do futuro Governo do Equador com os EUA.


Também no plano internacional, Correa não aprovará a extensão do uso da base de Manta como quartel estadunidense da luta anti-drogas no Equador, relegará relações com organismos multilaterais para o segundo plano, revisará os contratos de petróleo e limitará o serviço da dívida externa.


Ontem, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Sean McCormack, tentou criar um clima de aproximação com o ainda não proclamado futuro mandatário do Equador, afirmando que os EUA estão preparados para trabalhar em conjunto com o Governo equatoriano.


No entanto, Correa não parece ter vontade de conciliar. O virtual ganhador da eleição do Equador anunciou ontem que renegociará os contratos de petróleo com as multinacionais por considerá-los lesivos, e alertou que não revisará a anulação das operações da empresa americana Occidental Petroleum (Oxy), acusada de violar a lei.


Quanto à Colômbia, não foram poucas as vezes que Correa se negou a catalogar as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) como grupo terrorista e a apoiar as políticas conjuntas da Colômbia e dos EUA no Plano Colômbia.