O quadro global adverso fez o Comitê de Política Monetária (Copom) oficializar como cenário "central" sobre os rumos da economia e da inflação o que vinha sendo tratado apenas como "alternativo". A hipótese do Banco Central é que a atual crise terá um impacto equivalente a 25% do efeito da turbulência de 2008 e vai ajudar a colocar a inflação na meta mesmo com a continuidade do processo de queda "moderada" na taxa de juros. Embora os discursos e a própria execução recente da política monetária apontassem nessa direção, o fato é que o Banco Central oficializou na ata do Copom – um de seus principais documentos – o cenário que vai guiar suas futuras ações. Após o documento divulgado ontem, o mercado financeiro entendeu que o BC continuará a reduzir a taxa Selic no ritmo de 0,5 ponto porcentual. A dúvida está em até quando vai o processo de flexibilização. Na semana passada, o Copom decidiu por unanimidade cortar pela segunda vez a taxa, para 11,5% ao ano. (O Estado de S.Paulo)