Por pouco, a mudança na presidência da Vale não foi citada na primeira assembleia geral de acionistas da empresa depois que foi decidida a substituição de Roger Agnelli por Murilo Ferreira. Durante os 30 minutos em que foram aprovados o relatório de administração, as demonstrações financeiras de 2010, a composição dos conselhos de administração e fiscal e a remuneração para os administradores em 2011, nem o presidente do conselho de administração, Ricardo Flores, que presidiu a assembleia, nem qualquer outro membro do órgão e dos acionistas majoritários citaram o nome de Agnelli. O executivo só foi lembrado depois que o diretor de finanças, Guilherme Cavalcanti, fez a apresentação dos resultados financeiros, na qual lembrou que a Vale atingiu o patamar de 20ª maior companhia do mundo em valor de mercado e que seu lucro líquido em 2010 foi de US$ 17,26 bilhões – fazendo questão de ressaltar que nenhuma outra mineradora do mundo teve desempenho similar em sua história. Mas não foi o colega de trabalho que trouxe o nome à tona, e sim o acionista minoritário José Teixeira. "Precisamos lembrar que foi Roger Agnelli que nos últimos dez anos levou a empresa para onde ela está hoje."