Na sexta-feira, o presidente Lula ligou duas vezes para o ministro José Múcio, que é o secretário-geral do Conselhão, para saber como estava indo o segundo dia do evento e como estava a presença e os debates. Volta e meia alguém crítica o CDES, conhecido como Conselhão. As críticas são a de que ele não serve para nada e a de que estaria esvaziado. Sinto uma ponta de inveja. Alguns que criticam gostariam de estar lá. A maioria dos que criticam não tem idéia do que se passa por lá. Mesmo que sejam do goveno. Pois bem, recentemente o ex-prefeito de Belo Horizonte declarou em alto e bom som que gostaria de ser o secretário-geral do CDES. Afirmou ainda ter o perfil ideal para o cargo. Foi nas páginas amarelas da revista Veja. Aliás, antes dessa "auto-nomeação", andaram plantando na mídia de que o Conselhão seria modificado. é estranho dizer que o CDES está esvaziado e, ao mesmo tempo, existir figuras notáveis, como Pimentel, dizendo que gostariam de liderá-lo. Estou lá a quase três anos: pequena parte como convidado e desde 2007 como conselheiro. Tenho participado de debates do mais alto nível. Tanto com expressões da sociedade quanto com ministros. Por exemplo, antes do carnaval, o Conselhão realizou uma reunião de mais de cinco horas com Luciano Coutinho, Henrique Meirelles, Maria Fernando (Caixa) e Lima Neto (Banco do Brasil). Dilma, Mantega, Paulo Bernardo Miguel Jorge, entre outros, já falaram diversas vezes. Ouviram sugestões e reclamações de lideranças sindicais (CUT, CGTB), cooperativistas (OCB e economia solidária), empresariais (Gerdau, Abílio Diniz, etc.) e financeiras. Sem falar, no terceiro setor que está muito bem representado. Nesta semana, o CDES realizou um seminário internacional sobre desenvolvimento. Previsto para ter 300 pessoas, mais de mil pessoas se escreveram. Na sexta-feira, quando eventos em Brasília ficam esvaziados, o seminário teve presença expressiva. Fui relator do último painel com a presença de Paulo Nogueira Batista Junior, Otaviano Canuto e Ricardo Studart. O painel teve a coordenação de Arthur Henrique, presidente da CUT. Enfim, estar no Conselhão é um orgulho por poder conviver democraticamente com figuras expressivas de origem e opiniões distintas. E, sobretudo, ser provocado a dar sugestões sobre grandes temas nacionais.